Saubara

Em Saubara, a renda de bilro é tradicional, sendo transmitida por gerações desde o início da sua colonização pelos portugueses até os dias atuais. Suas técnicas peculiares contribuíram para gerar renome e conhecimento popular em todo o Brasil, onde foram difundidas nas principais redes de televisão, na imprensa escrita e nos diversos eventos realizados, tais como feiras, congressos, seminários e encontros de caráter nacional e internacional. As Irmãs Carmelitas foram responsáveis por parte da divulgação internacional ao levarem o produto para a Itália e outros países europeus. A renda de bilro atualmente é um dos patrimônios culturais de Saubara, sendo fonte de sustento para muitas famílias e demonstração de manutenção para a cultura local. É uma espécie de tecido confeccionado através do cruzamento e entrelaçamento sucessivo de fios com a ajuda de bilros. Produzida no município de Saubara, no Estado da Bahia, a tradição, assim como o conhecimento do processo de produção, envolve um saber-fazer passado de geração a geração. Para além das especificidades técnicas, menciona-se que as rendeiras de Saubara são todas mulheres negras e que também trabalham como marisqueiras. Tais elementos convergem com a técnica, compondo elementos de identidade e territorialidade que constroem a percepção da Renda de Bilro de Saubara. A renda produzida na área geográfica de Saubara é diferenciada das demais localidades, pois já está inserida e absorvida pela cultura local. Há 92 tipos de rendas diferentes com nomes específicos. Destaca-se o ponto Flor da maré, que é utilizado exclusivamente pelas rendeiras saubarense, criados no contexto da maré vermelha. A elaboração da renda de bilro é uma arte que vem se espalhando pelo mundo e ganhando fama em mais de 20 países. O artesanato possui grande representatividade para o município, sendo comercializado com os turistas que frequentam a região. Ainda, o material já foi exportado para Portugal, Espanha e Itália por meio das Irmãs Carmelitas. A atividade contribui para o complemento dos ganhos das artesãs, o que impulsiona a economia do município, tornando-se potencialmente um instrumento de desenvolvimento local, desde que ocorra uma boa gestão.